terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ah, a Chuva!...

Ah, a Chuva!...
Quanta beleza há na Chuva!
Quanto alento há na Chuva!
Quanto descanso e calmaria há na Chuva!
Quantos paraísos há na chuva!

Ah, a Chuva!..
A Chuva é a irmã do Céu branco.
E quão belo é presenciar o encontro da Chuva com o seu irmão Céu branco.
É o encontro de dois deuses que se cumprimentam e rapidamente dialogam.
É o encontro de dois deuses que abençoam o mundo.

Ah, a Chuva!...
A chuva sempre purifica o mundo.
Há Chuva...

A Chuva é sempre uma afirmação do que eu sou.
A Chuva é sempre um complemento ao que eu sou.
A Chuva é sempre uma intensificação da minha serenidade.
A Chuva é sempre um "tudo está bem".

Quando estive triste, palavras nunca me consolaram.
Palavras sempre me foram por demais superficiais.
Quando estive triste, abstrações nunca me consolaram.
Abstrações sempre me foram por demais falsas.
Quando estive triste, fé em nada nunca me consolou.
Eu nunca tive fé. Ter fé é corromper o que eu sou.
E por isso fé nenhuma nunca me consolou.
Quando estive triste, apenas a chuva me consolou.
A chuva sempre me consola com o seu penetrante "tudo está bem".
Chove..."Tudo está bem, sophia... tudo está bem".
Não que a Chuva me tirasse a tristeza.
Não tirava.
A chuva apenas tornava a tristeza mais agradável.
Quando estive triste e chovia,
Fui a Sophia que estava triste enquanto Chovia,
E fui mais Sophia.

Ah, a Chuva!...
Fui ali na varanda olhar o horizonte e o Céu Branco lá reinava.
Reinava na presença da deusa Chuva.
E eu vim aqui escrever um poema a tentar dizer o que eu sinto pela Chuva.
Sim, eu vim.
Mas ecoa na minha mente "Ah, a Chuva! ah, a Chuva!, ah, a Chuva!..."
Ecoa essa repetição porque chove em minha mente.
E não há mais nada, porque tudo que há é chuva e tudo.
Farei então um poema dizendo apenas "Ah, a chuva!, ah, a Chuva!..."?
Farei então!
Ah, a Chuva!, ah, a Chuva!....
Há Chuva por estes céus.
Há Chuva renovando estes céus já desgastados,
Transformando o caduco céu azul em juvenil Céu Branco...

Chuva! Chuva! Chuva!
Eia, Chuva!
Chuva! Chuva! Chuva!
Nada tenho a dizer senão Chuva! Chuva! Chuva!...

Ah, sim, tenho uma prece a fazer.
Chuva, derrama-te em nós,
Chove sobre nossas cabeças,
Purifica-nos,
Renova-nos,
Dá-nos o ânimo de cair impassivelmente como tu cais,
Dá-nos a paz de escorrer pelo chão como tu escorres,
Dá a indiferença ao nosso sangue de correr pelas nossas veias como tu corres pelas calçadas...

Não, não precisa nos dar nada disso. Não!
Dá-nos apenas a tua presença vez ou outra.
Volta a nos visitar,
Volta a reinar pelos céus, pela terra e pelos rios e mares...
Volta a reinar em nossos corações...
...
Ah, a Chuva!..
...
Chove!

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