terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ao lado

Eu sou aquela que, quando criança, se pôs a sentar ao lado e lá está até hoje.
Eu sou aquela que sempre se pôs ao lado, indiferentemente, apaticamente.

Eu sou aquela que quando recebeu os brinquedos, sempre os pôs ao lado.
Eu sou aquela que quando recebeu visitas, sempre as deixou esperando do lado de fora.
Eu sou aquela que se pôs ao lado dos fatos, dos acontecimentos, 
E por isso nunca esteve nos fatos e nos acontecimentos

Eu sou aquela que não sabe fazer nada.
Eu sou aquela que não quer saber fazer nada.
Eu sou aquela que não se importa em não querer saber fazer nada.

Eu sou aquela que deixou a vida ao lado de um café que esfriou.
Eu sou aquela que sempre deixou tudo ao lado, ao lado do tempo, do vento e do café que esfriou.
Eu sou aquela que deixou a si própria ao lado de si.
Ao lado do lado de tudo estou eu.

Ao lado direito.

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