sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Campos

Campos. Meu ser é campos. Herdei campos, pois a minha vida é campos. Vastos.
Às vezes me levanto e passo o dia explorando essas terras vazias.
Às vezes me sento e passo o dia olhando essas terras abundantes.
Terrenos abundantes de frutos inomináveis.
Fora dos campos há movimento e barulho.
Mas dentro dos campos, com exceção de mim, não há nada.
Eu sou aquela a quem deram um nome e objetivos.
Eu sou aquela a quem deram traços e metas de vida.
Eu sou aquela que não concretizou nada do que a ela deram.
Conservei meu nome por conveniência.
Por conveniência me deitei por cima dos sonhos e das metas.
E a vida deixei ao lado.
Deixei a vida ao lado de um café que esfriou.
Do que me deram conservei os campos.
Campos, o que existe senão campos?
Campos. Meu ser é campos. A minha vida é campos. Campos de Sophia. Campos de Guadalupe.

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