domingo, 20 de fevereiro de 2011

Levei a vida a não levar a vida a nada

Não levei a vida a procurar ser feliz,
Pois não levei a vida a nada.
A vida também não me levou a nada,
Estagnei em mim e aqui fiquei.

Vejo a criança que saiu de casa para brincar,
Vejo que ela saiu e voltou.
Vejo a mim e vejo que ainda estou aqui;
A vi sair e voltar.
Ela não é mais criança nem eu sou mais criança.

Tudo vai e vem, tudo passa e volta.
Menos eu, que não passo nem vou.
Engano-me, passo e vou, mas imovelmente.
Passo e vou e ando e corro e voo por meu ser, por todo o meu ser.

Lá fora os passarinhos cantam.
Lá fora a vida se morre.
E lá fora há sempre a inquietação de ser lá fora.
Em mim há um deus que dorme.
Nenhum pensar, nenhum sentir...

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